Resenha: minhas duas últimas leituras

Olá my dears, mein lieber. Como estão? Espero que bem e se não estiverem bem, ficarão bem. :)
Bom, neste post irei falar e resenhar, claro, sobre as minhas duas últimas leituras: Bilhões e Bilhões e As Filhas Sem Nome. Essas duas obras não são nada parecidas, mas é isso o que procuro: diversificar minhas leituras, para não se ater a só um assunto, embora, sim, eu seja fã de literatura fantástica, no entanto, eu amo cultura, como vocês bem sabem, haha.
Então, let's go!

Bilhões e Bilhões



Uma visão de mundo genial

Com a leitura de certos livros podemos nos sentir conectados e/ou como se estivéssemos conversando intimamente com as palavras do autor. E na minha opinião, Carl Sagan, conversou – com a ajuda de Ann Druyan – ao longo de Bilhões e Bilhões comigo.
A obra tratou no início de assuntos matemáticos, o que pode afugentar muitos leitores que temem este conhecimento. No entanto, se todos derem uma chance à leitura, verão que todo tipo de assunto será tratado. Desde potenciação, a criação do tabuleiro persa (o xadrez como é conhecido comumente), nossa queda genética a ser caçador, ondas que se propagam na água e os tipos de luzes, questões sobre a existência de vida fora do nosso planeta, o mundo que nos falta descobrir, as implicações das guerras para a humanidade, a ameaça de auto- destruição iminente da espécie humana, - com as bombas nucleares cada vez mais potentes - os CFCS (os cluorfluorcabonetos) e a destruição da camada de ozônio, o aborto, – pró-vida ou pró-escolha – as descobertas do mundo científico, - seus prós e contras - e principalmente, uma reflexão sobre o que devemos fazer para não extinguir a nós mesmos e à diversidade da natureza.
Sagan para quem não conhece, foi um cientista que buscava compartilhar e facilitar a busca por conhecimento e sabedoria. Ficou conhecido mundialmente com a série Cosmos – baseada no livro Cosmos – de treze episódios de viagens ao redor do universo exterior e interior. O seriado foi um dos quais mais fez sucesso e que mais disseminou a ciência para as pessoas leigas.

Carl tendo morrido em 1996, nos deixou um legado enorme e sem precedentes. Seu jeito de conversar sobre a ciência, mudou a maneira de muitas pessoas pensarem. E Bilhões e Bilhões, sua última obra – que mal deu tempo de terminar e que graças a sua esposa Ann que a revisou, pudemos lê-la como está hoje – ofereceram aos olhos e mente das pessoas um tipo de alimento contra a ignorância, superstição e fundamentalismo, ou seja, como Druyan fala no epílogo: Carl vive. 




As Filhas Sem Nome




Um retrato do machismo
As Filhas sem Nome apresenta um retrato contudente sobre a realidade da China rural. As protagonistas são Três, Cinco e Seis – que aliás foram baseadas em garotas da realidade, quando Xinran, a autora, entrevistava pessoas para seu programa na rádio Palavras na Brisa Noturna, quando lhe surgiu a ideia de escrever sobre.
O livro vai tratar de uma sociedade patriarcal, que se um pai não tiver pelo menos um filho homem – uma cumeeira, como chamam – será recharçado pela sociedade rural por não ter uma boa ‘semente’. E com o pai das principais não foi diferente. Por não ter filhos homens, apenas ter ‘palitinhos’, no caso, só filhas mulheres, Li Zhongguo não pode andar de ‘cabeça erguida’. A sua decepção refletiu nos nomes das garotas, que nunca foram chamadas por nomes verdadeiros, apenas como dito anteriormente, números de acordo com a sequência em que nasceram.
Para fugir desta realidade terrível, Três, a primeira a tentar mudar seu futuro, foge com a ajuda de seu Tio Dois, para a cidade de Nanjing, onde descobre um mundo completamente diferente. Lá as mulheres podem olhar nos olhos dos homens e serem tratadas como iguais. Logo, quando a família descobre o sucesso de uma de suas filhas na cidade grande, decidem mandar Cinco e Seis, no início, para que pudessem criar uma maior renda para eles. E tal como a terceira, as duas ficam admiradas e estupefatas que apenas alguns quilômetros possam separar duas realidades distintas. Dois mundos diferentes.
A obra apresenta lados que não conhecemos de nossas relações humanas e alguns que tanto fingimos não ver. Desde os tempos mais imemoriais, a mulher vem sendo tratada com um ser menor e submissa às vontades do Homem. Contudo será que estamos certos? Não deveríamos ser iguais? Claro, que foi detectado pelos pesquisadores que existe cérebro masculino e um feminino, mas isso ocorre porque fomos criados para desempenhar papéis diferentes na sociedade. Desde pequenos foram incutidos ideais como: rosa é para menina e azul é para menino. No entanto será que uma cor forma quem nós somos? Não são nossas atitudes que provam quem somos? Então porque julgam? Homens e mulheres são diferentes, porém isso não quer dizer que devemos ser tratados de maneiras diferentes. Temos capacidades cognitivas iguais.
Antigamente, os a favor do machismo, argumentavam que mulheres não conseguiam raciocinar, pois tinham cérebros minúsculos e que apenas servíam para cuidar de bebês e da casa. Todavía a ciência veio para provar que se nos der chances de aprender, podemos nos igualar às capacidades masculinas. Afinal temos cérebros.
Portanto, depois de tanto refletimos sobre o machismo, podemos perceber que mesmo o livro tendo sido ambientado na China, nos permite fazer muitas comparações. Principalmente na vida das mulheres numa hierarquia em que elas não tinham voz. Lógico que isso hoje em dia melhorou, entretanto bem sabemos que a mentalidade antiquada das pessoas é o mais difícil de modificar, pois o povo teme mudanças; teme porque adora viver de Panem*; adora viver na comodidade e não deseja por nada que lhe tirem suas poltronas confortáveis. E por último, tem medo de mudar de opinião, um tipo de orgulho cego; uma intolerância cega.

*Uma referência à Panem em que consistia em pão e diversão, mas conhecida como pão e circo, que acontecia na Roma Antiga, quando existiam as grandes arenas em que os Gladiadores eram obrigados a lutar até a morte. Além disso, eram distribuídos pães durantes as exibições, ou seja, resumindo, uma forma de controlar o povo e garantir que não ficassem insatisfeitos com os governantes. 



Aproveitando...

Deem uma olhada no canal que fiz com um amigo - que aliás, participa do blog - chamado Apoteose do Conhecimento. Já lançamos três vídeos. ;)







Agradeço à quem leu este post até o final. Muito obrigada!!!
Beijos e até mais!



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